terça-feira, maio 27, 2014

Saúde



Ora viva

Os hospitais ou são lugares de saúde ou de doença. Os hospitais são sítios de avaliação. Do corpo. Da alma. Ir ao hospital, por motivo do nosso corpo, ou do corpo de alguém que amamos, é um motivo de constatação simples: sem corpo somos muito pouco. Traduzido em linguagem mais simples, sem saúde não vamos a lado nenhum. E no corpo todos somos iguais, fisiologicamente falando. Numa maca de hospital, não há ricos nem pobres, há pessoas à espera da cura. Simples não é?

Gosto de terminar as minhas entrevistas desejando saúde ao meu convidado, a quem me vê. Pensei que não era uma expressão que fosse muito tida em conta, até repetidamente me dizerem que gostam de me ouvir dar votos de saúde. Em bom da verdade de que mais precisamos nesta curta vida? Podemos ser muito ricos, ser muito pobres, com saúde podemos recomeçar, lutar, desistir, mudar, ser melhor, ou ser pior; mas sem saúde nada feito, sem a dita senhora não vamos a lado nenhum. O triste é darmos por ela, pela sua infinita importância, quando não a temos. A maior ambição da minha vida? Ter saúde. O resto, tudo o resto eu conquisto.

até amanhã
Hélder

terça-feira, maio 06, 2014

O OLHAR

Ora viva


Olho para ti. Para os teus lábios. O teu peito. Imagino o lugar por onde andam os teus pés. O que trazes   nos sacos, que música estás a ouvir, que livro carregas nas mãos. Gosto de te ver. Não a ti em exclusivo,  gosto de ver gente, pessoas que olhem a vida de modo curioso. Gosto de mãos e olhos, gosto de adivinhar para onde vão,  de onde vêm,  o que levam e aquilo que ainda vão levar.

 Hoje caíste-me tu na vista, enquanto fazia a minha viagem, centrado na minha vida, quando a tua se cruzou com a minha. E pronto,   ficamos ligados  por breves minutos, eu mais ligado a ti, que tu a mim, receio que nem deste por mim.   Eu, por outro lado, agarrei-me a ti, bebi a tua serenidade, irreverência limpa, roupa honesta. 

Sem te saber apercebi-me dos teus sonhos e da garra na gana. Saíste do comboio primeiro que eu, fiquei mais uns minutos a contemplar a tua ausência e o que em mim ficou de ti, mesmo sem te conhecer, mesmo sem saber o teu nome.

até amanhã
hélder