sexta-feira, janeiro 17, 2020

AS MÃES DEVIAM TER SÓ NOMES DE FLORES



                                                                                         o meu alecrim já em flor

Não gosto da expressão melhor mãe do mundo. Não as há. Porque ser mãe é um ofício de alma e corpo, que falha, que se adapta, e que se arranca da carne da alma. Nem sempre são perfeitas, ainda bem, falham, felizmente, para que nós possamos ser gente com espírito crítico e capacidade de assumir erros e fragilidades. Mas, todas as mães deveriam ter nome de flor. A flor é dos acontecimentos mais nobres da natureza. Muitas anunciam a primavera, outras preconizam o inverno, há as que surgem uma vez por ano, as de uma época inteira. Numa flor um fruto, ou uma caixinha secreta de pólen e fertilização. A maçã é o receptáculo floral, tal como o morango. O figo é a flor da figueira. Há flores que se resguardam à noite, ao toque... tantas magias. Numa flor a bondade de um arranjo na natureza, para que o campo seja uma imensa mesa bonita e bem posta. E há lá coisa de mais amor que uma mãe pode querer para a sua casa?

Tenho a sorte de ter nascido de uma Margarida. Flor singela, suave, delicada, mais resistente do que parece, e a lembrar a liberdade do campo. Nunca seremos tão livre como no campo e na praia. A minha mãe sempre teve margaridas à porta de casa, seriam as boas vindas! O mais importante é que sempre lhe conheci margaridas no coração.

Até amanhã

Hélder