quarta-feira, julho 31, 2019

DESCONFIA DOS AMIGOS DE TODA A GENTE







Desconfia sempre de quem é amigo de toda a gente. Estas são das palavras mais marcantes que ouvi da boca da minha avó. Demorei a perceber-lhe o sentido, é natural, era muito miúdo, e precisamos de tempo para o entendimento. A história da humanidade revela-nos nomes de gente grandiosa e que, por acreditar em causas e ideologias, nunca foi amigo de toda a gente, bem pelo contrário. Luther King, Gandhi, Madre Teresa, Jesus, Dandara dos Palmares, Confúcio, Nelson Mandela, Simone de Beauvoir, Wangari Muta Maathai, Florence NightingalePessoas que mudaram o mundo, … e o que tem a ver connosco? Tudo.

 Não mudamos o mundo, mas mudamos a nossa circunstância, e por ventura a realidade que nos acolhe. Estatisticamente, um homem consegue reunir 6 amigos ao longo da vida. Vamos espremer a amizade, como limões, e o que vai ficar serão os tais 6, ou menos. Porque há limões que são só casca e outros que apodrecem. Não sou eu quem diz, mas… confirmo.
Não há mal nenhum em desconfiar. Não há mal algum é confiar. Mas torna-se um problema quando o confiar desmerece-se. Não se vive no céu e no inferno. Não se ama quem nos apodrece. A perfeição vive longe da humanidade. A inconveniência é um outro rosto da verdade e que, "impossivelmente", é conciliável com toda a gente. 

Os amigos de toda a gente, rapidamente se transformam em amigos de ninguém. É gente que não dá ponto sem nó. Quando? Na hora da verdade.

Sim, eu já fui um dos amigos de toda a gente. Aprendemos com os nossos piores erros e as nossas maiores dores para o caminho da felicidade.

Até breve

HR

sábado, julho 13, 2019

APANHADOS NA REDE





Ora viva



Se não estás na rede... não existes. Será? Falo de redes sociais. Já percebeu. Têm-me dito abundantemente. É um pouco triste que, se não fotografas... não viste. Não foste. Não és do grupo. Eu tenho para mim, na minha feliz existência, que o melhor guardo para mim. Andar na rede é rolar na feira... muitas vezes do faz de conta. 


Fazer de conta que vivemos bem, que somos felizes. Até podemos ser. Mas se não o partilharmos seremos menos alegres Na vida? E o que nos tem levado em mostrar as nossas alegrias? Eu... nem por isso. Para vos ser franco. Uma outra circunstância desta onda de redes que me irrita são... os mirones. Os que não partilham nada da sua vida, mas adoram saber da vida dos outros. Estranho não é? Também acho. Tal como acho estranho crianças com conta nas redes e aplaudidos pelos pais. Não façam isso... as crianças e jovens têm de experimentar o mar e a serra, os museus e a aventura, o desporto e o sossego. A vida lá lhes trará as redes... inevitavelmente.


Na verdade, por vezes nem é o que fotografamos, é o que dizemos da fotografia. Eu sei, há os compromissos comerciais, quem viva desta apanha, eu sei bem. Mas são mais inteligentes do que eu e sabem onde eu quero chegar!! Na verdade, há uma espécie de comercio sentimental nesta onde da partilha e like or not!!

Eu vaticino uma morte lenta das redes. Ser ou não ser continua a ser a questão.  E não somos nas redes, dizemos só o que somos e o que queremos que os outros achem de nós. Na verdade, tentamos moldar opiniões a nosso respeito. É na vida que temos de SER, verdadeiramente. 
Fala-vos um homem que está nas redes. Já fui apanhado nelas... E faço questão de falar em plural, pois incluo -me neste texto; mas, orgulhosamente, ando a excluir-me da rede, sou um carapau velho no mar. :)  Ando a furá-las na inconveniência da verdade e do não apetecer. Um dia dá-se o meu apagão online! Depois dos 40 já só somos nós e pelo caminho ficam os excessos. Acreditem.

No final do texto, cada um sabe de si. Claro!!

Abraço

Hélder