terça-feira, outubro 15, 2013

ARRUMAR O ARMÁRIO

Ora Viva

Este texto começou com uma arrumação da roupa de Verão, é… acho que acabou mesmo! Quantas vezes dizem a expressão: E se… ?! Para mim é uma frase terrível, sem exagero. A teoria dos “e se” é destrutiva. Castra a decisão no presente e gera-nos uma agonia no futuro, quando olhamos para o passado. 

Eu sou um homem ponderado, não entro nada na onda do Carpe diem. Para mim é uma quase treta. Claro que é ótimo viver intensamente o presente, mas sem a consequência do futuro? É como não acreditar nos sonhos, nos projetos, nas relações. Pois se eu vivo intensamente o agora, como se não houvesse o futuro, é dizer que tudo o que é plano não faz sentido. Não acham? Não há nada como viver o momento a ponderar o futuro. Um sem o outro é coisa estranha.


Voltando ao “E se…”, para mim é sinal de passado mal resolvido e medo do futuro. Pior que uma dúvida no presente, é uma dúvida no futuro sobre o passado. E se…nada. É preciso fazer de cabeça para a frente, ou não fazer de cabeça igualmente a direito. Não dar grande tempo à terrível dúvida que nos pode entorpecer. É claro que, como em tudo, esta regra não a cumpro a direito, mas dou-lhe poucas curvas. Ter, orgulhosamente, o passado arrumado em gavetas é ter uma casa com cada coisa no sítio certo. E há lá melhor sabor que um lugar arrumado?

Abraço
Hélder

terça-feira, outubro 08, 2013

GOSTAR



 Ora Viva

Hoje uma amiga disse-me que adora dizer às pessoas, quando assim se justifica, que gosta delas! Ora aqui está um bom tema de escrita. Gostar e dizer que se gosta. Para mim gostar é um exercício e uma generosidade. Um exercício porque para se gostar é preciso tempo e atenção. Tempo para ouvir, ver, perceber, abdicar de nós para entrarmos no mundo dos outros. Atenção para cumprir o grande desígnio de atender aos pormenores, às diferenças, às particularidades.

Eu não acho que se gosta porque se gosta. Nada disso. Gosta-se porque tivemos o cuidado de sairmos de nós, do conforto da nossa zona, para nos dispormos a entrar no fascinante mundo, que pode ser, o dos outros. Por tudo isto, tenho um profundo respeito e gratidão quando alguém diz que gosta de mim. Quero perceber os comos e porquês e depois agradecer a generosidade do sentimento.
Gostem-se muito! Tenho dito.

abraço
hélder